domingo, 28 de dezembro de 2014

CENSURA NA VENEZUELA




Em jornal dos EUA, líder da oposição adverte sobre colapso da Venezuela e pede ajuda

O líder da oposição venezuelana Leopoldo López advertiu nesta sexta-feira (26), em carta publicada no jornal americano "The Wall Street Journal", que a Venezuela "está à beira do colapso econômico e social" e pediu que países como o Brasil se envolvam para evitar o desastre.

"Permanecer calado é ser cúmplice de um desastre que não afeta apenas a Venezuela, mas pode ter implicações para todo o hemisfério", disse López na carta enviada da prisão onde está encarcerado desde fevereiro.

"Organizações como a Unasul e o Mercosul não podem mais ficar à margem; países como Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina precisam se envolver."

López está preso desde 18 de fevereiro em uma prisão militar nos arredores de Caracas, acusado de estimular os protestos que deixaram um saldo de três mortos e dezenas de feridos e desencadearam uma série de manifestações.

O artigo, intitulado "Carta de uma prisão venezuelana", ocupa um quarto da primeira página de opinião do jornal conservador americano e descreve ataques contra os direitos humanos na Venezuela, a escassez no país e a falta de segurança nas ruas.

Segundo ele, a Venezuela vive "um desastre em câmera lenta, que vem vindo há 15 anos, não foi desencadeado pela queda nos preços do petróleo ou aumento das dívidas". "Foi desencadeado por um governo autoritário e hostil a direitos humanos e às instituições que os protegem", afirma.

Segundo ele, os direitos são racionados como se fossem produtos escassos. "Você pode ter um emprego se renunciar à liberdade de expressão." López afirma ser um entre muitos "prisioneiros político presos por suas palavras e ideias". Ele acusa o presidente Nicolás Maduro de intensificar os ataques contra direitos humanos iniciados por seu antecessor, Hugo Chávez, e de piorar a situação econômica do país, onde a inflação supera 60%, faltam produtos de primeira necessidade e o número de assassinatos é o segundo maior do mundo, atrás apenas do de Honduras.

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