quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Carros autônomos precisarão de carteira de motorista?

Carros autônomos precisarão de carteira de motorista?

Carros autônomos precisarão de carteira de motorista?
Motoristas humanos não recebem upgrades de software que possam introduzir novos bugs. [Imagem: Umich]
Habilitação para carros sem motorista
Assim como as pessoas, os veículos de autocondução - os carros sem motoristas - deveriam ser obrigados a passar por um teste de licenciamento, defendem pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA.
Michael Sivak e Brandon Schoettle afirmam que a maioria dos testes para os motoristas conseguirem a carteira avalia três aspectos: desempenho visual, conhecimento das regras e dos regulamentos relacionados com a condução e o tráfego em geral, e as habilidades psicomotoras relacionadas com a condução.
Eles sugerem vários argumentos em favor da ideia de uma carteira de motorista para os carros autônomos:
  • O hardware do carro, os mapas e os algoritmos de software irão variar entre os fabricantes de veículos de autocondução, resultando em variabilidade do desempenho nas ruas, da mesma forma que acontece com as pessoas.
  • O desempenho visual e a capacidade de detecção apresentada pelos veículos autônomos no mau tempo ainda não são suficientes bons.
  • O desempenho nas ruas e estradas de alguns veículos autônomos ainda não é perfeito, mesmo com bom tempo.
  • O reconhecimento visual padrão é um problema em potencial para os atuais sistemas de sensoriamento em veículos de autocondução (por exemplo, reconhecer cabos elétricos derrubados ou estradas inundadas).
  • Os atuais veículos autônomos ainda não foram testados exaustivamente sob uma variedade de condições exigentes (por exemplo, na neve e na lama).
  • Os veículos de autocondução terão de enfrentar, ainda que em ocasiões raras, dilemas éticos em suas tomadas de decisão.
Inexperiência de máquina
Outro problema sério apontado pela dupla é que os veículos sem motorista não melhorarão sua capacidade de direção com a experiência, ao contrário dos motoristas humanos inexperientes, que melhoram com o tempo à frente da direção.
Além disso, os motoristas humanos não recebem upgrades de software que possam introduzir novos bugs e torná-los motoristas piores.
"Portanto, a lógica subjacente para o uso de sistemas de licenciamento usados na formação dos jovens condutores não se aplica aos veículos de autocondução," disse Sivak. "Um veículo que dirige sozinho tem o hardware e o software desenvolvidos para lidar em uma situação particular ou não tem. Se isso não acontecer, a experiência em outras situações não será benéfica."
"Por outro lado, a abordagem para fornecer uma carteira provisória seria aplicável caso um fabricante decidir explicitamente limitar a operação dos seus veículos para certas condições, até que o hardware ou software seja aperfeiçoado," acrescentou Sivak.
Por exemplo, um fabricante pode sentir confiança que seus veículos possam ter um bom desempenho em todas as situações, exceto à noite e na neve. Nesta situação, depois de passar por um teste de licenciamento relacionado às condições limitadas, o veículo receberia uma licença provisória que excluiria a condução noturna e a condução na neve.

A licença completa poderia, então, ser obtida no futuro, assim que as atualizações de hardware ou software forem desenvolvidas e disponibilizadas, e o veículo passaria então por um teste de licenciamento irrestrito, propõem os pesquisadores.

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