Polícia Federal começou nesta terça-feira, 28, mais uma operação polêmica. Nomeada 'Boca Livre', a operação envolve artistas e empresas que utilizaram nos últimos 20 anos irregularmente benefícios advindos do Ministério da Cultura, em especial a Lei Rouanet. A forma como tudo ocorria está chocando os brasileiros. Até mesmo festas de casamento podem ter sido bancadas com dinheiro público, que saiu do bolso dos brasileiros, que já pagam de os impostos entre as mais altas do planeta. No Twitter, o ator José de Abreu chegou a brincar com a situação. Ele foi acusado durante os últimos meses de receber dinheiro da Cultura por apoiar o PT. O ator nega. "A verdade tarde, mas não falta", escreveu ele em sua conta verificada no microblog de 140 caracteres.
Uma das empresas que realizaria o esquema corrupto com a Rouanet, segundo os policiais federais, é a Bellini Cultural. Ela recebia dinheiro do governo federal para bancar shows com nomes como Daniela Mercury e Roberto Carlos, além de publicações de livros.  A Polícia Federal conseguiu da justiça a expedição de 14 mandados de prisão. A operação está sendo deflagrada em três cidades, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
O crime ocorreu durante 20 anos e envolve R$ 180 milhões. Festas privadas com famosos são investigadas. Tudo bancado com o dinheiro da Rouanet. Diversas empresas são citadas, como KPMG, Roldão, Lojas 100, dentre outras. As acusações contra os presos são por estelionato contra união, formação de organização criminosa e até falsidade ideológica. Não é a primeira vez que a Polícia Federal faz ações contra a Lei Rouanet. A justiça chegou a solicitar ao Ministério da Transparência os nomes dos 100 maiores recebedores de recursos da Lei. No entanto, essa lista foi negada.
Na Câmara dos deputados, já existe uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga contratos estranhos com artistas. Shows caríssimos, exposições sem registros, dentre outras polêmicas fazem parte da CPI. Muitos artistas se posicionaram contra a investigação.