quarta-feira, 29 de junho de 2016

DESEMPREGO, AINDA


 
DESEMPREGO, AINDA
Carta de Formulação e Mobilização Política - Quarta-feira, 29 de junho de 2016
Para que a economia se recupere e volte a gerar emprego, é preciso que o novo governo não esmoreça em sepultar o modelo ruinoso que vigorou no país nos últimos anos

Aqui e acolá começam a surgir sinais de que, quem sabe, o pior da crise econômica pode estar ficando para trás. Tomara. Mas nenhum lampejo de melhora será realmente significativo enquanto os brasileiros continuarem perdendo seus empregos. Por ora, infelizmente, é isso o que segue acontecendo.
Nesta manhã, o IBGE divulgou nova rodada da pesquisa mensal dedicada a medir o desemprego no país. Segundo a Pnad Contínua referente ao trimestre entre março e maio, a taxa manteve-se em 11,2%. É a maior da série iniciada em 2012, embora, pela primeira vez desde o fim de 2015, não tenha aumentado em relação ao último dado divulgado mensalmente.
O mais significativo, e doloroso, é que 11,4 milhões de pessoas mantêm-se desempregadas no Brasil. Pode-se olhar, com horror, para o aumento em relação a um ano atrás: são mais 3,3 milhões de pessoas que ficaram sem trabalho, com alta de 40%. Mas pode-se aferir, com espanto redobrado, que apenas nos últimos três meses mais 1,1 milhão de brasileiros perderam seus empregos.
Grosso modo, significa que só neste último trimestre, a cada dia, útil ou inútil, mais de 12 mil pessoas foram para a rua da amargura. Não há família que não tenha um caso assim; não há quem não conviva com uma destas situações à beira do desespero.
Os prognósticos ainda não são auspiciosos. A maior parte dos analistas trabalha com a hipótese de que o desemprego vai aumentar mais no país. Estima-se que a taxa atinja algo como 12,5% até meados do ano que vem, quando, finalmente, deixaria de crescer. Significa dizer que, numa conta linear, mais cerca de 1,3 milhão de pessoas ainda engordarão o time dos desempregados nos próximos 12 meses.
O país só irá fazer esta roda do infortúnio passar a girar ao contrário quando a economia finalmente voltar a crescer. Por enquanto, ainda estamos dois estágios antes: aparentemente, a atividade está parando de piorar. Para quem viveu os últimos dois anos ladeira abaixo, não deixa de ser um alento.
Para que de fato a economia brasileira se recupere, é preciso que o novo governo e as forças que o apoiam não esmoreçam na determinação de levar adiante medidas voltadas a sepultar o modelo ruinoso que vigorou no país nos últimos anos. Trata-se de enfrentar, com coragem, uma agenda de reformas que o petismo negligenciou.
Há boas indicações neste sentido. A determinação de barrar o aumento de gastos, o maior realismo fiscal, a discussão de novas regras para as aposentadorias, a privatização de ativos dos estados, a retomada das concessões e uma nova política externa voltada para o mundo e não de costas para ele. Feita a lição de casa, há chance de o motor do emprego voltar a girar. Quem está desempregado torce por isso, e agradece.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela
 

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