terça-feira, 30 de agosto de 2016

Júlio César, março, os idos de agosto de Dilma, e o senado brasileiro

 Edilson Martins

Júlio César, março, os idos de agosto de Dilma, e o senado brasileiro

by edilsonrmartins

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DILMA / EXERCITO

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Na peça de Shakespeare, “Júlio César”, o adivinho grita, alerta para o grande general, quando este se dirigia ao Senado romano - 44 a.c. -, que ficasse atento para os presságios dos idos de março.
Logo depois ele cairia morto, dilacerado por 23 punhaladas, no interior do próprio Senado, desfechadas por seus pares, num atentado com participação do próprio filho adotivo, Brutus, ou natural, como querem alguns.
“Et tu, Brute” teria dito César, ao ver o próprio filho participando do seu assassinato. Até tu, Brutos.
Não poucos historiadores abordam esse episódio – Suetônio, Lívio, Cassius – mas será Shakespeare, 1.500 anos depois, que imortalizaria o episódio com a consagrada peça “Júlio César”.
Aqui entre nós, foi a 15 de março 1985 que os militares deram um “até logo” do poder ditatorial, Collor e Sarney ocuparam a cadeira presidencial, e, também, foi nesse mesmo dia que Colombo retorna à Espanha após a  Descoberta a América.
No caso de Colombo, em seu 3o retorno à Espanha, procedente da América, voltaria acorrentado.
Em verdade quem descobre o Continente americano, de verdade, é Pedro Álvares Cabral, já que Colombo descobriu alguns arquipélagos; São Domingos, por exemplo, conforme consta no livro "A viagem de Bediai - O Selvagem".
Mas isso é outra história.
O nosso 15 de março – 2015 – recente, levou às ruas cerca de 2 milhões de manifestantes, mobilizou o país, assustou o poder, e nos remeteu, mais uma vez às advertências do adivinho do Império Romana.
Ele teria alertado César, com veemência, lembrando para ter muito cuidado com “os idos de março”.

Desde então, nunca mais este mês deixou de invocar dias trágicos, alguns eternamente marcados na história dos homens.
Alguma alma mais atenta, e amante da história, se é que as houve no entorno da presidente afastada - por enquanto -, deveria tê-la alertado para ter muito cuidado com os idos de agosto, que, em nossa história nunca foram benfazejos, pelo contrário, perversamente trágicos.
17/03/2015

Agora que estamos ligados no julgamento de Dilma e, passadas pouco mais de duas semanas, ninguém mais lembra que a cidade sediou uma Olimpíada ("Bolt? Que Bolt? ), que resgatamos a honra do biscoito Globo, que estamos curados do vírus da zika e do complexo de vira-lata, que o nadador americano perdeu rios de dinheiro em patrocínios, que temos um bulevar à beira-baía plantado, um velódromo e uma Jady Duarte para mostrar ao mundo — quem sabe agora pudéssemos olhar além da janela de onde se vê o Corcovado e o Redentor?

A festa acabou, os gringos retornam levando na viola a imagem de uma cidade mágica, Bolt já era, o nadador americano, conforme faz o império de onde procede, mentiu, um soldado acreano da força Nacional  martirizado com um tiro no complexo da Maré, o zika não pintou, e as ações terroristas não passaram de pólvora molhada.
No pós-Olimpíada emerge soberana Jady Duarte, nome de cantora da era do jazz dos anos 30 em Chicago, provando ao mundo que a mulher brasileira é capaz de transformar um raio das pistas, uma consagração, numa piroquinha de lagartixa, insuficiente, sem pegada, um verdadeiro cavalo paraguaio nas alcovas do desejo.
E o estado do Rio, queiram os deuses que não, quebrado, governado por um macróbio, com o país à beira de entregar as suas duas maiores cidades nas mãos da Igreja Universal, do Bispo Macedo, de triste currículo.
Tudo junto e misturado, Dilma volta à arena, sai do proscênio, retorna ao palco, querendo mudar a narrativa que o seu partido escreveu, nos legando 12 milhões de desempregados, contas públicas inadimplentes, Petrobras quebrada, recessão continuada em três anos, e parcela visível da nação sonhando com o retorno populista, gastos sem limites, carros para o povo, e bancos oficiais patrocinando irresponsabilidade fiscal.
Este o Brasil de hoje.

edilsonrmartins | 30 de agosto de 2016 às 12:12 PM | Tags: Dilma - idos de março - idos de agosto - Julio Cesar | Categorias: Sem categoria | URL: http://wp.me/p5iPRc-5s4

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