domingo, 22 de abril de 2018

Robô assistente de astronautas levará inteligência artificial ao espaço Redação do Site Inovação Tecnológica

Robô assistente de astronautas levará inteligência artificial ao espaço

Robô assistente de astronautas levará inteligência artificial ao espaço
A cara e a voz do robô podem ser configuradas para serem masculinas, femininas ou neutras. [Imagem: DLR/T.Bourry/ESA]
Companheiro interativo
Há anos as agências espaciais tentam criar assistentes virtuais para os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, ajudantes que possam deixar sempre à mão os intermináveis manuais dos milhares de equipamentos diferentes que devem ser manipulados em cada missão.
A agência espacial DLR, da Alemanha, apresentou agora sua primeira versão funcional do CIMON (pronuncia-se "saimon"), sigla em inglês para "companheiro móvel interativo da tripulação".
A esfera de 32 centímetros de diâmetro e 5 quilogramas de peso será testada a bordo da Estação Espacial em Junho deste ano pelo astronauta alemão Alexander Gerst - missão CRS-15 -, depois de ter passado com sucesso pelos testes nas simulações de microgravidade em voos parabólicos em um avião especial da DLR.
Estão planejados três experimentos iniciais durante os quais o astronauta Gerst irá interagir com seu colega artificial: um experimento com cristais, outro em que o assistente robótico deverá guiar o astronauta humano para completar um cubo de Rubik, e um experimento médico no qual o CIMON será usado como uma câmera voadora.
"Nós implementamos este experimento em um tempo muito curto. O objetivo é demonstrar em que medida o trabalho dos astronautas pode ser apoiado no módulo europeu Columbus na ISS e aliviá-los particularmente das tarefas de rotina. Em uma situação ideal, os astronautas poderão usar melhor e mais eficientemente o seu tempo. Com o CIMON, estamos entrando em um novo território e operando no limiar da viabilidade tecnológica," disse Christian Karrasch, gerente do projeto.
Robô assistente
A estrutura do CIMON foi construída inteiramente por impressão 3D, usando metal e plástico. Sua "cara" é uma tela que deverá pairar ao nível dos olhos do astronauta, podendo apresentar e explicar informações e instruções para experimentos científicos e consertos. Seus "olhos" são duas câmeras, com uma câmera adicional para reconhecimento facial. Duas câmeras laterais são usadas para documentação em vídeo ou dando suporte a funções adicionais geradas por computador (realidade aumentada).
Robô assistente de astronautas levará inteligência artificial ao espaço
O robô assistente movimenta-se impulsionado por ventiladores. [Imagem: DLR/T.Bourry/ESA]
As distâncias para detecção de colisão são medidas por sensores ultrassônicos. Sete microfones funcionam como "ouvidos" para detectar a origem precisa dos sons, com um microfone direcional para que a esfera robótica consiga se "concentrar" no reconhecimento da voz do astronauta que está comandando as operações. Sua "boca" é um alto-falante que pode ser usado para falar ou tocar música.
Finalmente, 14 ventiladores internos permitem que o assistente mova-se livremente e gire em todas as direções, podendo voltar-se para o astronauta quando é chamado, fazer acenos do tipo "sim" e "não" e seguir o astronauta - de forma autônoma ou sob comando. Na microgravidade da ISS, o assistente tem autonomia de duas horas.
As dimensões do rosto do CIMON foram modeladas nas proporções de um rosto humano. Gestos e expressões faciais também são possíveis, assim como a aparência e voz femininas, masculinas ou neutras.
Inteligência robótica
Toda a confiança no sucesso desse assistente robótico está depositada não tanto na infinidade de câmeras e demais sensores, mas principalmente nos programas de inteligência artificial projetados para tornar a interação com os astronautas o mais natural possível.

O sistema de inteligência artificial para ouvir e falar foi desenvolvido em parceria com o sistema Watson, da IBM. A inteligência artificial para navegação autônoma foi desenvolvida pela Airbus. Contudo, o CIMON é incapaz de aprender de forma independente, devendo ser treinado ativamente por um ser humano.

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